28 de novembro de 2010

As muitas geometrias do Festival do Triângulo

Leiam a matéria do jornalista e crítico de arte Carlinhos Santos sobre a 22 edição do Festival de dança do triângulo e, sobre o nosso espetáculo "Quanté"!

As muitas geometrias do Festival do Triângulo

10 de novembro de 2010

Anuncie Aqui






Trecho da coreografia "Anuncie Aqui" do espetáculo Quanté, apresentado na Rodoviária de Uberlândia, durante o Festival de Dança do Triângulo 2010.

+ Interferências Fora do Eixo






Vídeo do projeto Interferências fora do eixo realizado em Maio de 2010 pelo Grupo Tripé em parceria com o Grupo Uai Q Dança e o artista solo Vanilton Lakka nas cidades de Araxá, Uberaba, Uberlândia e Ituiutaba.


Este projeto foi contemplado com o prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna.


Vídeo: Captação e edição Digiteca
Fotos: Ricardo Borges

Interferências Fora do Eixo






Slide show do projeto Interferências fora do eixo realizado em Maio de 2010 pelo Grupo Tripé em parceria com o Grupo Uai Q Dança e o artista solo Vanilton Lakka nas cidades de Araxá, Uberaba, Uberlândia e Ituiutaba.



Este projeto foi contemplado com o prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna.



Fotos: Ricardo Borges
Vídeo: Edição Digiteca

1 de setembro de 2010

Release do Grupo Tripé

O Grupo Tripé, nos seus três anos de atuação, vêem criando uma trajetória de pesquisa cênica em espaços públicos como terminais de ônibus, estacionamentos, parques municipais e praças. A atuação do grupo, que nutri seu trabalho partindo de expressões da dança contemporânea, ocorre com o intuito de ressignificar estes espaços urbanos, consolidando, assim, a concepção estética do grupo.


Araxá(MG) - Maio de 2010

Em Uberlândia, o Grupo participou de eventos como Circuladança III (com apresentações em escolas públicas e na entrada do teatro Rondom Pacheco), Corpo: espaços e inter-(re)feferências (com apresentações em terminais de ônibus), Festival de Dança do Triângulo (ginásio), Manifesto Pró-Teatro Municipal (estacionamento) entre outras intervenções. No ano de 2008 o grupo aprovou pelo Fundo Municipal de Cultura o Projeto Dança Fora do Eixo cujo financiamento consistiu na montagem e circulação do espetáculo 'Quanté', trabalho direcionado para espaços públicos de passagem. Este projeto possibilitou a circulação do espetáculo em 6 bairros da cidade de Uberlândia.

No ano de 2009 o Grupo Tripé ganhou o Prêmio Klauss Vianna/FUNARTE com o Projeto Interferências Fora do Eixo onde propois circular com o espetáculo 'Quanté' e mais dois grupos convidados em 4 cidades do estado de Minas Gerais. O tabalho 'Quanté' também foi aprovado na Mostra Nacional de Teatro em Uberlândia-MG / 2010, tendo grande reconhecimento por parte dos críticos do evento.

Assim, o Grupo Tripé, fortalece sua trajetória artística investigando e experenciando os espaços urbanos com fluxo de pessoas e comércio estreitando o contato e o diálogo entre a arte e os diferentes públicos da cidade.

Texto: Poliana Diniz

31 de agosto de 2010

Mostra Nacional de Teatro – 2010

O Grupo Tripé na Mostra...

No dia 09 de março o Grupo Tripé se apresentou na Mostra Nacional de Teatro no Terminal Central. A proposta estética do grupo nasceu de um diálogo entre dança contemporânea e teatro e o processo de criação sempre esteve permeado de uma discussão a cerca dos espaços urbanos em suas formas e conteúdos. O ritmo frenético da cidade reverbera nos corpos dos bailarinos/intérpretes que em sintonia com os fluxos da cidade se deslocam e dançam.






O espetáculo apresentado na Mostra Nacional de Teatro foi o Quanté, criado em 2009 com recursos da Lei Municipal de Incentivo a Cultura, sob a concepção artística de Getúlio Góis, num processo de criação colaborativa. O grupo circulou com o trabalho em novembro de 2009 em seis bairros da cidade de Uberlândia-MG, entre terminais de ônibus, praças e parques municipais. Isso, pois, o espetáculo foi concebido para espaços públicos de passagem onde os fluxos da vida urbana, com suas lógicas de consumo, ocorressem de maneira latente de modo a influenciar e estimular o trabalho estético proposto.




Dessa maneira, a coexistência entre o processo criativo e os espaços públicos de passagem, ocorreu em todas as etapas do trabalho. O grupo realizou trabalhos de campo para observação, registro (fotográficos, sonoro, etc) e laboratórios de experimentação e criação. Ao final do processo os espaços investigados serviram também de palco para as apresentações.



O grupo definiu esse conjunto de estratégias de experimentação e criação com o objetivo de não invadir ou mesmo confrontar com as realidades dos espaços propostos, mas sim assimilar seus estímulos e trabalhar com uma linguagem acessível para todos os públicos. O grupo decidiu, portanto, fazer dança contemporânea não, necessariamente, à um público que já vai ao teatro assisti-la. Pelo contrário, com as apresentações em espaços cotidianos da cidade, o grupo optou por atingir, no geral, um público não frequentador das salas de teatro.



Fazendo referência aos “sacoleiros” os bailarinos/intérpretes utilizam como objeto de cena algumas sacolas (bem grandes, como aquelas própria de quem traz mercadorias do Paraguai) e como cenário, o próprio fluxo de pessoas, cores e sons que preenchem esses espaços cotidianos distribuídos em pequenos centros de comércio, de lazer e de passagem.



Algo bastante comentado pelos debatedores foi a solução dada para o transporte do aparelho de som que tocava a trilha sonora do espetáculo. A solução surgiu ao observarmos a rotina e as soluções dos próprios comerciantes informais (de rua) para esses impasses. Soluções muito criativas, por sinal. A construção de algumas cenas e textos também partiu dessa observação atenta e quase cotidiana. O comércio informal, tão presente nas paisagens urbanas foi, então, a temática central desde trabalho.



O espetáculo desloca-se no espaço e segundo os próprios debatedores (convidados para a programação da Mostra), vai trazendo códigos para o público que começa a acompanhar a apresentação. Portanto, sem a ideia de invasão ou mesmo confronto com esses espaços, mas sim de composição, de diálogo, ora linear ora não, uma curiosa intertextualidade entre espetáculo e realidade.



Conforme observado, por um dos três debatedores ali presentes, o Quanté não possui uma linha narrativa estabelecida, porém, possui uma lógica bastante interessante. Como as cenas são independentes umas das outras, o trabalho faz sentido tanto para aqueles que quiserem acompanhar do início ao fim, como também para aqueles que assistirem apenas fragmentos.



Com uma linguagem recheada de elementos do universo popular, o espetáculo chama atenção de um público bastante diverso, de crianças a idosos, de artistas à operários. Entre elementos cômicos e às vezes de apreensão, o resultado estético desse trabalho aglutina pessoas que se divertem e as vezes se emocionam no decorrer de um trajeto banal e bem próprio do cotidiano. Ao final de um dia de trabalho, um operário uniformizado abraça os artistas do grupo dizendo que naquele dia chegaria em casa mais feliz. Enfim, a avaliação do público e dos debatedores foi muito positiva e de certa forma, instigou o grupo a prosseguir com essa linha de pesquisa.



Partituras coreográficas com pitadas de improvisação. Muito jogo com o público e com os espaços escolhidos para cada uma das cenas. Sem a pretensão de compartilhar qualquer crítica sistemática quanto ao modo de vida de urbano, o Quanté reflete sobre o cotidiano e talvez, por isso, chegou aos olhos de pessoas que a partir de então reconheceram-se e divertiram-se num espetáculo de Dança Contemporânea. O grupo optou por não dizer sobre as realidades postas, mas apenas vivenciá-las com mais atenção.















Nosso muito obrigado à produção da Mostra Nacional de Teatro 2010 e a aqueles que assistiram o espetáculo Quanté, contribuindo tão atenciosamente com o trabalho apresentado.


Relato: Poliana Diniz